Ouvir? CORTEM-LHE A CABEÇA!!!



*** "Meu Deus!!! Ninguém me ouve!? Parece aquele sonho recorrente de tentar gritar e a voz não sair, acontecendo de verdade. Não consigo expressar o que sinto, de um jeito que as pessoas consigam entender..."

*** "Todas as vezes que tento ouvir os outros, me deparo com uma "falação" aqui dentro, que acaba impedindo que os meus ouvidos sejam inundados pela informação alheia."

Takeuspariussss!!! Quantas vezes vivi e senti isso, enquanto tentava perceber se "dava" pra ser psicóloga...hahaha... Tempos incríveis de chorar muito, questionar muiiito, e temer muuuiiiiiiiiiiito ter feito a escolha errada. E tudo o que me diziam os leigos: "Calma, isso passa..." Dava uma vontade louca de, literalmente, furar os ZÓIOS vesgos dos bucéfalos... AVE MARIA dos neurônios abestados!!! Mas havia sempre um ser mais sensível, lá nas bandas da clínica da faculdade, um dos supervisores, sempre prontos a acolher, compreender, explicar, a OUVIR meus temores. Claro, que ao me ouvirem, grande parte das vezes, davam "palmadelas" em meu mimo, ego e preguiça emocional e me empurravam ladeira das possibilidades abaixo, indicando o caminho e dizendo: " Arregace as mangas e vai que é tua, Mônica!!!". Quanta confusão mental me povoava... Quanta ilusão deformada me ocupava... Quanto receio de fracassar me assombrava... E hoje, percebo que tudo se resumia em ser ouvida... Tantas pessoas fizeram a diferença em minha jornada ao pararem, olharem atentamente para mim e ouvirem o que eu tinha pra falar, mesmo que fosse um amontoado de tranqueira. Alguns me retornam à memória neste instante, mas seria injusto postar nomes aqui... Tanta gente, que nem mesmo sabe o quanto me ajudou em inúmeros momentos preciosos... Apenas por chegar, sentar, olhar e OUVIR. Ouvir feito cachorro que chega de mansinho e "diz" pra gente quando encosta o corpo em nossa perna: "Pode chorar, tô aqui te amparando, protegendo, esquentando e ouvindo". Ou filho que chega perto e abraça forte sem pronunciar uma palavra. Aiaiaiaiiii... Quanta memória boa, quanta vida em vida!!! E nem precisa de busto em homenagem póstuma...hahaha...

Mas chega pertinho aqui <----
Já percebeu como é difícil a gente OUVIR o que o outro diz de verdade? =/

Ahhhhhhhhhhhhhh... Nem vem dizendo que você ouve sim, porque ficará meio desconsertado quando assistir o vídeo abaixo...rsrsrs... MUUUUUUUITO BOM!!! Aproveite...



Pois é... Fala se não é verdade??? Quantas vezes você olhou, escutou o que o outro estava pronunciando e não ouviu nadica de nada o que o cidadão falou??? rsrsrs... Muitas, né? Mas, se a gente não sabe ainda ouvir a voz interna, que dirá a voz do mundo!?!? Fica praticamente impossível! Normalmente, ouvimos o que desejamos ouvir do outro, de acordo com nosso sistema de crenças, padrões e preconceitos internalizados. Ouvir é um imenso desafio, porque implica em abandonar os próprios conceitos e entregar-se ao que o mundo tem de informações fresquinhas. Garnde parte dos problemas, conflitos e desencontros nas relações humanas está na dificuldade, ou na ausência do ato de ouvir. Isto provoca uma infinidade de interferências na comunicação, o que muitos chamam de ruídos da comunicação.

Sabe aquele provérbio dos três macaquinhos que: "Não ouço, não vejo e não falo" ? Achei esta versão das bonecas de pano bem fofa. Sempre que lembro deste provérbio fico pensando... Em vários momentos da vida, muitos de nós incorpora pelo menos uma destas posturas, encorajados pela covardia de assumir-se, responsabilizar-se pelos direitos de individualidade, da esquisitice, da maneira única e diferente de SER... Muitas vezes, é bem mais fácil me entorpecer do que me arriscar a parecer qualquer coisa inédita, autoral, original, ou única...



*** "CORTEM-LHE A CABEÇAAAAA!!!" (Rainha de Copas da Alice no País das Maravilhas - aquela ruiva doidona). Me apodero desta frase da rainha e grito:

CORTEM-LHES AS CABEÇAS APRISIONADAS NO LIMBO DO MEDO DE SEREM DIFERENTES E ESQUISITOS!!!

Prefiro isso...

Prefiro arriscar-me...

Prefiro escorregar sobre as possibilidades de...

A ter que encontrar-me aqui, depois de anos a fio abdicando de minha alma, de minha essência, dos meus desejos, das minhas escolhas únicas, dos meus momentos, dos meus anseios... De quem eu realmente SOU!!!

Imaginou chegar a esta fase da vida (a idade avançada, vulgo velhice, terceira idade, melhor idade) cheia de próteses e ainda abdicando de si???

Pelamorrrrrrrrrrrrrr.....!!!

Prefiro cortar a cabeça...hahaha... ;)

Um zilhaummmmmmmmmmmm de bjoks estaladas nos neurônios em movimento...