segunda-feira, 18 de junho de 2012

A Jóia do Lótus...


OM MANI PADME HUM
Segundo o Dalai Lama recitar este mantra tem o propósito de transformar o corpo, mente e palavras impuros, em puros e louvados corpo, mente e palavras de um Buda. O som de cada silaba é visto como tendo uma forma paralela espiritual. Fazer o som de cada silaba portanto, é alinhar a si mesmo com aquela qualidade espiritual particular e para se identificar com isto. Existe também um grande numero de outros benefícios que resultam da repetição deste mantra, incluindo a produção do mérito e destruição do carma negativo.
É muito bom recitar o mantra OM MANI PADME HUM, enquanto você pensa em seu significado. 

A primeira, OM, é composta de três letras puras: A, U e M. O corpo, a mente e a fala impuros podem ser transformados em corpo, mente e fala puros, ou elas são completamente separadas? Todos os Budas são casos de seres que eram como nós, então, por sua confiança no caminho, tornaram-se iluminados; o budismo não afirma que exista alguém que, desde o começo, é livre de faltas e possui todas as boas qualidades. O desenvolvimento do corpo, da fala e da mente puros vem do abandono gradual dos estados impuros, assim seu ser se torna puro. Como isso é feito? 
OM MANI PADME HUM

Tradução: recebemos a Jóia da consciência no coração do Lótus. (O Lótus é o chakra). Significa - recebemos a Jóia da consciência Divina, no centro do nosso chakra da coroa

OM - A primeira silaba, recitá-la o abençoa para atingir a perfeição na pratica da generosidade.
 
MA - Ajuda a aperfeiçoar a pratica da ética pura.
NI - Ajuda a atingir a perfeição na pratica da tolerância e paciência.
 
PAD - Ajuda a conquistar a perfeição na pratica da perseverança.
ME - Ajuda a conquistar a perfeição na pratica da concentração.
 
HUM - Ajuda na conquista da perfeição na pratica da sabedoria.
 
 

O caminho é indicado pelas próximas quatro sílabas. MANI, significando jóia, simboliza o elemento do método: a intenção altruística de se tornar iluminado, compaixão e amor. Da mesma forma que uma jóia é capaz de afastar a pobreza, a mente altruística da iluminação é capaz de remover a pobreza, ou dificuldades, da existência cíclica e da paz solitária. Igualmente, da mesma forma que uma joia preenche os desejos dos seres sencientes, a intenção altruística de se tornar iluminado preenche os desejos dos seres sencientes. 

As duas sílabas PADME, significando a flor de lótus, simbolizam a sabedoria. Da mesma forma que a flor de lótus cresce a partir da lodo, mas não é manchado por ele; assim, a sabedoria é capaz de o colocar em uma situação de não contradição, onde deveria ela deveria ocorrer, caso você não tivesse sabedoria. Existe a sabedoria que compreende a impermanência; a sabedoria que compreende que as pessoas são vazias de autossuficiência ou real existência; a sabedoria que compreende o vazio da dualidade (o que significa a discriminação de natureza entre sujeito e objeto); e a sabedoria que compreende o vazio inerente à existência. Embora possam existir diferentes tipos de sabedoria, a principal, dentre todas elas, é a de compreender o vazio. 

A pureza pode ser alcançada por uma unidade indivisível de método e sabedoria, simbolizada pela sílaba final HUM, que indica a indivisibilidade. De acordo com o sistema sutra, essa indivisibilidade de método e sabedoria refere-se a uma consciência na qual existe uma forma completa de tanto sabedoria afetada pelo método quanto método afetado pela sabedoria. No mantra, ou veículo tântrico, isso refere-se a uma consciência na qual há uma forma completa de ambos sabedoria e método como uma entidade indiferenciável. Em termos de sílabas germinais dos cinco Budas conquistadores, HUM é a sílaba germinal de Akshobhya – o impassível, o imperturbável, que não pode ser perturbado por nada. 

Assim, as seis sílabas, OM MANI PADME HUM, significam que na dependência da prática, que é em uma união indivisível de método e sabedoria, que você pode transformar seu corpo, fala e mente impuros no corpo, fala e mente puros de um Buda. É dito que você não deve buscar pela budeidade fora de si mesmo; o material para o alcance da budeidade estão dentro de si. Como Maitreya diz, em sua SUBLIME CONTINUIDADE DO GRANDE VEÍCULO (UTTARA TANTRA), todos os seres naturalmente tem a natureza de Buda em sua própria continuidade. Nós temos dentro de nós a semente da pureza, a essência de um Caminhar Assim (TATHAGATAGARBHA), que é para ser transformada e completamente desenvolvida em budeidade. 

(Da palestra dada por Sua Santidade O Dalai Lama do Tibet no Centro Budista Mongol Kalmuck, Nova Jersey.) Transcrito por Ngawang Tashi (Tsawa), Drepung Loseling, MUNGOD, INDIA.
NAMASTÊ!!!


Um comentário: