quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sensores...Sabores...


Boa noite gente do BEM... Viajantes nesta terra brasilis... Passageiros desta jornada infinita...

Sejam BEM VINDOS ao meu Universo de inúmeras elocubrações mentais... Monitoradas por sensações convergentes e regidas pelo signo de Terra: "Virgo". Há quem diga que somos negativos, estéreis, humanos e governados por Mercúrio... Eu digo que tudo não passa de mistificação, classificação,etiquetação, modelagem, emolduramento, definição, enclausuramento de alma livre... Seja lá o que for... Seja lá a nomenclatura que queira usar... Como disse Jung:

"TODO PADRÃO QUE DEFINE, TAMBÉM APRISIONA"



Sou o TUDO... E o quase NADA!
Sou o avesso do lado contrário.
Sou aquela que se desintegra sob pressão e se desfaz em ausências...
E tantas vezes me perco nas tentativas de descobrir quem sou...
Mas...
Ser, não vem somente quando arriscamos sentir?
Vivenciamos? Experimentamos? Saboreamos?
Então...
Hoje... EU SOU! 
(McSàlomão)

COMPARTILHANDO...


   Estava dentro do meu carro, parada no trânsito, de uma das cidades onde trabalho, e de repente vi um homem jovem, descarregando um caminhão de legumes e verduras. Algo aconteceu em mim, porque parecia que eu podia ouvir os sons internos daquele corpo. Fiquei admirando os movimentos que ele fazia. Dobrava seus braços, flexionando as pernas como num ballet sincronizado, e eu podia "ouvir" os sons que o seu corpo "produzia". Percebi, mais uma vez, a beleza da natureza humana. A força dos músculos daquele homem, abraçando, carregando cada caixa cheia de muita vida, que alimentará tantas outras vidas. Como este mundo é recheado de detalhes preciosos que, grande parte das vezes, deixamos passar despercebidos.
   O semáforo abriu e segui meu caminho, ainda envolvida pelas sensações daquela observação. Meus sensores estavam ligados e eu mais sensivel do que nunca, mais perceptível, mais "vulnerável" aos apelos dos estímulos externos, logo adiante, captam aquela cena, do outro lado da rua e me prende a atenção. Uma moça bem vestida com um terninho marrom escuro, bijuterias finas em pérola, salto alto, semblante tenso, olhando várias vezes as horas em seu relógio de pulso brilhante. Bolsa em tom caramelo fazendo uma combinação "tom sur tom" com os sapatos quaaase caramelo. Uma aparência apesar de clichê, bem agradável. Extremamente tensa, mas agradável de se ver. Foi então que percebi, novamente: "Estou ouvindo os sons silenciosos deste corpo que observo. Cada respiração, piscada, cada balançada de mãos, braços, cabelos bailando no ar, ouço as engrenagens daquele corpo habitado por vida, uma vida que parece ansiosa, aflita, inquieta, mas ainda assim, vida. O semáforo acusa que chegou a hora de partir, acendendo o sinal verde. Engato o primeira e sigo pela avenida movimentada, cheia de diferenetes carros, de todos os tamanhos, mas parecendo tão iguais, recheados de tanta gente igualmente diferente e parecendo tão igual.
   De repente aparece outro universo cheio de vida e me acompanha, por um bom pedaço nesta avenida. Aquele moço, com roupa de ginástica, capacete brilhante e calçando um par de tênis que pareciam ter asas, como um filho de Hermes, sentado sobre uma bicicleta toda equipadona com um monte de "traquitanas", daquelas que os "profíssas" em bike usam, pedalava, pedalava, pedalava numa velocidade de dar inveja a qualquer Papa Léguas.

Em uma das pernas exibia a tatuagem de um Totem belíssimo, com várias cabeças de animais de poder, ocupando toda a panturrilha direita; no braço oposto, tinha a tatuagem de uma carpa grande, toda colorida, parecia que estava viva, ocupando todo o ombro esquerdo, até o cotovelo.  
Esse tal moço pedalava tão compenetrado e eu pude "ouvir" o pulsar de seus batimentos cardíacos, sua respiração, as gotas de suor escorrendo pelas costas, ritmados com o compasso de cada pedalada. O próximo semáforo fechou e eu parei. Ele continuou a pedalar, ultrapassou o sinal vermelho e continuou... Até desaparecer do alcance das minhas vistas. Senti uma vibração interna, como se uma onda gigantesca tivesse passado por mim e abalado as estruturas que pareciam ser sólidas.
   Parada dentro do meu carro, esperando a mudança de cor do semáforo, anunciando que eu poderia continuar meu caminho, comecei a prestar atenção em meus sons internos. Minha respiração que é mais abdominal do que peitoral, com um ritmo especial, enche-me de vida e liberando a toxicidade do meu organismo pela expiração. Quanta mobilidade quase inperceptível para "olhos preguiçosos", tanta saliva produzida... Sinto as papilas gustativas percebendo alguns sabores que restam dentro de mim... Saboreio...
Os meus olhos piscam, eu respiro, elevo as sobrancelhas, faço caretas... Tanto olhar, dedos, pescoço, mãos, pés, pernas, coxas, língua, nariz, bochechas, boca... Boca salivando... Uma explosão de "movimentos", sentidos, sensações negligenciadas pela falta de atenção...

E ainda dizem que a vida é cheia de vazio!
Ahhhh... Mistificadores de vida inconcebida!!!



PARE!!! PRESTENÇÃO!!!

Olhe pra dentro!

SINTA! ARRISQUE-SE!!!

Saboreie-se...





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